domingo, 27 de junho de 2010

22/6 - Never more!

casa do Soummo, Sandton, Johanesburgo, 22h30
tempo: sol, céu azul, agora frio
bicicleta: km300, pneus furados: 2
fitinhas (número estimado e acumulado): 220
jogos presenciados no estádio: 6

França 1x2 África do Sul
México 0x1 Uruguai
Grécia 0x2 Argentina
Nigéria 2x2 Coréia do Sul

Depois de conhecer um pouco mais da história da África do Sul, nas visitas a Soweto e ao Museu do Apartheid, aumentou minha torcida pela classificação dos Bafana Bafana. Mas – como já era esperado – não deu! A vitória contra a França foi um final digno para os anfitriões – além de tirar da Copa o time responsável por 3 das nossas 4 últimas eliminações!



Soweto
Minha sugestão ao Alessandro e ao David foi fazer um passeio a Soweto (“SOuth WEst TOwnship”, ou vila do sudoeste) – local onde vivem cerca de 5milhões de pessoas – a esmagadora maioria, negros – e que se tornou famoso por sua resistência à política do Apartheid, isto é, da segregação entre negros e brancos.
Contratamos um motorista de táxi, o Elias, que, por R$450,00, nos apanhou em Sandton às 10h, e nos trouxe de volta, no fim do dia.
Primeiramente, fomos ao Memorial Hector Pieterson – nome de um garoto de 13 anos que morreu vítima de um tiro de um policial, em 16 de junho de 1976, numa passeata pacífica de estudantes, em protesto contra o uso obrigatório do Africaans (língua de origem holandesa) nas escolas. O museu fica a poucos metros do local onde o estudante foi alvejado – há uma foto famosa, de um colega carregando o corpo do garoto, ao lado de sua irmã. O feriado da última quarta-feira – o “Dia da Juventude” – foi em homenagem ao episódio. Segundo informações de funcionários do museu, a visitação – que num sábado costuma passar de mil pessoas – triplicou por causa da Copa.
Perto dali, visitamos a casa em que morou Nelson Mandela – transformada em museu, abriga fotos e objetos de uso pessoal de seu ilustre ex-morador. Na mesma Vilakazi street, vimos a casa do bispo Desmond Tutu – essa rua abriga, portanto, as casas de dois vencedores do Prêmio Nobre da Paz.

Museu do Apartheid
De Soweto, fomos ao Museu do Apartheid, próximo a um parque de diversões – o Gold Reef – construído no local onde havia uma mina de ouro.
Gostei da frase que li na propaganda: “o Apartheid está no lugar em que devia estar: num museu!”. O museu é grandioso... rico em detalhes, com fotos, textos e muitos vídeos – uma visita detalhada exige pelo menos umas 4horas. Gostei da forma até certo ponto imparcial em que a história do Apartheid é apresentada – a conclusão óbvia fica por conta do visitante: “Apartheid, never more!”.




Simpatia
Em Soweto, encontramos com essa simpatia que é a Glenda Kozlowski, que deu uma entrevista ao Alessandro. Dei a ela uma fitinha, que ela disse que vai usar durante a Copa.
Em 94, em Dallas, dei uma fitinha para a Fátima Bernardes – ela apareceu com a fitinha no ar, empunhando o microfone da Globo.





Frustração, sem lágrimas
Chegamos ao Melrose Arch, para ver o jogo África do Sul x França no intervalo, quando os sul-africanos estavam ganhando por 2x0, e o Uruguai ganhava de 1x0 do México. O entusiasmo era grande... mas os 2 gols ainda necessários para os Bafana Bafana não vieram, e, no final, a frustração foi visível. Mesmo assim, o pessoal aplaudiu – ao contrário do que esperava, não vi lágrimas.


Nem todos lucram
Segundo os jornais, os restaurantes mais sofisticados, próximos a hotéis e pontos turísticos, têm faturado alto, especialmente nos dias dos jogos da África do Sul – alguns dobram seu faturamento nesses dias. O mesmo não tem acontecido em restaurantes de bairros periféricos, cujos donos lamentam a baixa procura de turistas.


Diferença no orçamento
Um turista da Costa Rica declarou que planeja gastar cerca de R$20.000 nos 17 dias de sua permanência na África do Sul. Eu espero gastar menos de um terço disso, nos quase 2 meses que passarei por aqui!

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