sexta-feira, 18 de junho de 2010

17/6 – Festa argentina

casa do Soummo, Sandton, Johanesburgo, 22h30
tempo: sol, céu azul, agora frio (ainda menos do que ontem)
bicicleta: km285
fitinhas (número estimado e acumulado): 160
jogos presenciados no estádio: 4

Argentina 4 x 1 Coréia do Sul
Grécia 2 x 1 Nigéria
França 0 x 2 México

Hoje fui ver a Argentina... Foi um show dentro e fora do campo.
O jogo foi à uma e meia da tarde – com sol e céu azul – um clima bem diferente da noite fria do jogo do Brasil. Não tenho dúvidas de que sol e um pouco de calor ajudam a nós, latinos.
Durante o primeiro tempo, fiquei no meu lugar – categoria 3, a mais barata, bem longe da concentração da torcida argentina.
No intervalo, fui me postar em pé, junto com uma porção de gente, bem atrás dos argentinos – para o descontentamento dos voluntários, que a todo momento pediam que fôssemos para nossos lugares. Nos últimos 15 minutos – quando os voluntários já estavam cansados, de “guarda baixa” – fui para o meio da massa.
Tomara que eu esteja exagerando no meu pessimismo... mas nuestros hermanos devem ir bem mais longe do que nós!

Mrs. Joyce

Uma figuraça a senhora que, uma vez por semana, vem fazer a faxina na casa do Soummo. Mrs. Joyce – a “Mama” – mora em Alexandra – uma espécie de Soweto do nordeste de Johanesburgo – até poderia se chamar Noeato! Sempre sorridente, ela limpa todos os cantinhos, lava a louça, lava e passa a roupa suja, arruma tudo... e, se precisar, ainda cozinha – tudo por R$40,00 por dia!
Ela é um pouco ... “invasiva” para o meu gosto – eu tinha deixado alguns objetos em cima da mesa do meu quarto, que ela resolveu “arrumar”, colocando na gaveta. Mas é uma simpatia de pessoa – mereceu ganhar 5 fitinhas (filhos, netos...) e um chaveiro.

Lotação, trem, ruas do centro

Apesar de todo o branco que encontro me aconselhar a não usar o transporte público nem andar pelo centro da cidade, continuo desprezando esses conselhos. Hoje, fui ao jogo no SoccerCity de lotação e trem – gastei menos tempo e dinheiro: só R$5,00, em vez dos R$150,00 se tivesse ido de táxi.
E andei pelas agitadas ruas do centro, onde há um intenso comércio de camelôs, que lembra um pouco o da rua 25 de Março, em São Paulo, ou o da região do SAARA, no Rio. No caminho, encontrei um moçambicano – o Arlindo – que, em plena calçada, com uma máquina de costura parecida com a velha “Singer” da minha mãe (porém dotada de um motor elétrico, alimentado por um “gato” puxado de um imóvel), vive de fazer bainhas e pequenos consertos. Por R$1,25 (que ele não queria cobrar!) – e mais 3 fitinhas (que ele aceitou com um enorme sorriso!) – ele costurou o “suvaco” do meu moleton, que já tinha um furo de uns 2cm!!!

Messi

O verdadeiro – Lionel – é de Rosario, e já demonstrou seu talento diferenciado. Alguns, ao vê-lo em ação, o comparam ao “play station”. Hoje, ele quase fez um golaço... Acho que ele ainda vai aprontar algumas nesta Copa...
O falso – Nicolás – é de Mendoza, e já demonstrou seu bom-humor diferenciado. Sua semelhança com Lionel é tão impressionante que, há alguns dias, na Nelson Mandela Square, os repórteres da TV Lance! aprontaram uma divertida brincadeira – entrevistaram Nicolás fingindo que estavam entrevistando Lionel – e foi aquela confusão, com muita gente acreditando! Nicolás concedeu autógrafos, tirou fotos com admiradores de Lionel... e causou tanto tumulto que os seguranças do shopping tiveram que chamar um táxi e pedir que ele se retirasse dali.
Eu já tinha visto o vídeo da reportagem – e, por acaso, no meio de mais de 82mil pessoas, o encontrei no estádio, no fim do jogo!
Será que o Lionel vai entrar em campo na próxima partida da Argentina com a fitinha que eu dei para o Nicolás???
Bandeirão

Ainda guardo muito boas recordações da Copa de 2002 e dos sul-coreanos. Foi bonito ver a gigantesca bandeira desfraldada na arquibancada, mas senti falta do mar de camisas vermelhas, do som dos tambores e do grito “Têêêêê Hamingo!”






Um nome na faixa

Ao contrário do que acontece nos estádios brasileiros, aqui temos acesso a qualquer setor do estádio – exceto a área da imprensa e os camarotes VIPs. Assim, antes do jogo, os argentinos ocuparam praticamente todo o espaço disponível para pendurar suas faixas e bandeiras – mesmo que o seu dono fosse se sentar em outro setor.
Nessas faixas, geralmente aparece escrita alguma mensagem, ou o nome de uma cidade.
No fim do jogo, dei uma procurada, na esperança de encontrar o querido nome de uma Villa, estância turística, próxima a Córdoba... e achei! Bem do lado oposto ao que estava!
Saí correndo, para ir tirar uma foto, com medo de que o dono da faixa a removesse antes de eu chegar. Mas Jonas devia estar come(e bebe)morando os 4x1 – cheguei a tempo de tirar fotos dele e de sua faixa.
Tenho certeza de que, lá do alto, acima daquele lindo céu profundamente azul, alguém assistiu a tudo isso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário