tempo: sol, céu azul, agora agradável
bicicleta: km435, pneus furados: 2
fitinhas (número estimado e acumulado): 290
jogos presenciados no estádio: 10
não teve jogo
No passeio de ontem, acabei perdendo o cabo elástico que amarra a mochila no bagageiro da bicicleta. Fui comprar outro no Green Acres, um gigantesco shopping aqui de Port Elizabeth, onde encontrei com o Alessandro e o Beto, do Ministério do Turismo. No fim da tarde, subimos no alto do farol próximo ao hotel, de onde o Beto fez belas fotos do pôr-do-sol.
Agora estamos jantando no Zanzibar - um gostoso barzinho, na Parliament street, centro da cidade.
O ponto alto do dia foi ter conhecido o Jani, o pai do Brazil!
À medida em que o tempo passa, a derrota para a Holanda vai ficando para trás, e PE vai ganhando cada vez mais simpatia em meu coração.
Jani e seu diploma brasileiro
Jani, o pai do Brazil; Victoria, a mãe do Brazil; e Blessing, o irmão do Brazil
Brazil e seu filho Daniel
alguns dos 53 motoristas de ônibus contratados pela FIFA, hospedados em Port Elizabeth - eles preferiam dirigir a bicicleta
Brazil e seu filho Daniel
alguns dos 53 motoristas de ônibus contratados pela FIFA, hospedados em Port Elizabeth - eles preferiam dirigir a bicicleta
Motoristas
Aparentemente, todos os torcedores do Brasil e da Holanda que estavam hospedados no meu hotel foram embora. Ficaram apenas 53 motoristas contratados pela FIFA, que permanecerão até sábado, sem nada para fazer até lá, aguardando a disputa do terceiro lugar, que será aqui. Os ônibus estão todos estacionados perto da praia.
Um dos motoristas, o Graham, está chateado. Disse-me que a FIFA está desperdiçando dinheiro, e que, em vez dos prometidos 15 mil Rand mensais, durante os 4 meses do contrato, estão pagando apenas 5 mil Rand. Sua maior preocupação, porém, é com o futuro – depois do final da Copa, os contratos se encerram, e ninguém tem emprego garantido.
Um dos motoristas, o Graham, está chateado. Disse-me que a FIFA está desperdiçando dinheiro, e que, em vez dos prometidos 15 mil Rand mensais, durante os 4 meses do contrato, estão pagando apenas 5 mil Rand. Sua maior preocupação, porém, é com o futuro – depois do final da Copa, os contratos se encerram, e ninguém tem emprego garantido.
O pai do Brazil
Jani Simulambo, nascido na Zâmbia, tem 56 anos. É casado com Victoria, com quem tem 7 filhos e 2 netos. Há 10 anos, mora em Port Elizabeth.
Jani foi jogador profissional de futebol de 1970 a 1984. Entre 1976 e 1982, defendeu a seleção nacional de seu país, da qual foi capitão. Dois de seus ex-companheiros de time foram, depois, da comissão técnica da Seleção de Zâmbia, e faziam parte da delegação que foi vitimada por um acidente aéreo, no qual todos morreram. Esses seus ex-companheiros aparecem, junto com Jani, numa foto da Seleção de Zâmbia, tirada momentos antes de uma partida contra o Egito, na qual também aparece o então presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange – que Jani considera um grande benfeitor do futebol africano.
Atualmente, Jani trabalha como treinador da equipe B do Bay United, o único time de futebol profissional de Port Elizabeth, que, por causa da péssima campanha no último campeonato da África do Sul (foi o penúltimo colocado da segunda divisão), corre o risco de ser extinto – mesmo apesar do novo e belo estádio da cidade, construído especialmente para a Copa de 2010.
Embora correndo o risco de ficar sem emprego, Jani não teme por seu futuro. Ele se apega ao seu diploma que comprova que freqüentou um curso para técnicos estrangeiros, de 5 a 26 de março de 1996, no Rio de Janeiro. Jani afirma que, com esse diploma, ele tem trabalho garantido, seja na África do Sul, seja em Zâmbia, ou em outros países africanos.
Jani é apaixonado pelo Brasil e pelo futebol brasileiro. Essa paixão é tão grande que, em 1982, durante a Copa da Espanha, seu segundo filho, nascido em 15 de junho daquele ano, recebeu o nome de “Brazil”. Esse fato foi até notícia de um jornal de seu país, cujo recorte ele guarda com carinho. Diz a notícia, publicada em 18/6/82:
“O meio-campista Jani Simulambo, estrela da Seleção de Zâmbia e um grande amante do futebol brasileiro, deu a seu segundo filho, nascido na terça-feira, o nome de Brazil, em homenagem àquele país.
Simulambo, em meio a sorrisos, disse que ele vê o Brasil como uma poderosa nação futebolística, que certamente chegará às finais da Copa do Mundo.”
Atualmente, Brazil tem 28 anos, e é zagueiro do Bay United. Com a iminente extinção de seu time, foi fazer testes visando uma transferência para o Africa Wanderers, time de Durban. Embora sempre tenha atuado na África do Sul, ele não esconde o desejo de ser convocado para defender a Seleção Nacional de Zâmbia, seu país de nascimento, e ainda sonha ser contratado por algum time europeu.
Brazil diz que gosta de seu nome, sente-se até orgulhoso por ele, e que nunca foi alvo de comentários ou brincadeiras de seus amigos – ao contrário, alguns o invejam pelo nome que tem. Seu pequeno filho, porém, nascido a 8 meses, se chama Daniel.
Victoria, a mãe de Brazil, confessa que foi surpreendida pelo desejo do marido de dar a seu segundo filho esse nome. Mas ela logo aceitou, pois, como Jani, é também grande admiradora do futebol brasileiro.
Jani já decidiu que, em 2014, estará no Brasil para acompanhar de perto a Copa do Mundo. Comovido, ele deu a seguinte resposta, quando lhe perguntei o que ele acha do Brasil:
“Brasil... Eu não gosto do Brasil, eu amo o Brasil! Todo o meu corpo – meus ouvidos, meus olhos, todas as células do meu corpo são Brasil! – meu sangue é Brasil! É isso que eu posso dizer. Esse povo é maravilhoso. Na próxima Copa do Mundo, sem nenhuma dúvida, o Brasil vai ganhar!”
Jani foi jogador profissional de futebol de 1970 a 1984. Entre 1976 e 1982, defendeu a seleção nacional de seu país, da qual foi capitão. Dois de seus ex-companheiros de time foram, depois, da comissão técnica da Seleção de Zâmbia, e faziam parte da delegação que foi vitimada por um acidente aéreo, no qual todos morreram. Esses seus ex-companheiros aparecem, junto com Jani, numa foto da Seleção de Zâmbia, tirada momentos antes de uma partida contra o Egito, na qual também aparece o então presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange – que Jani considera um grande benfeitor do futebol africano.
Atualmente, Jani trabalha como treinador da equipe B do Bay United, o único time de futebol profissional de Port Elizabeth, que, por causa da péssima campanha no último campeonato da África do Sul (foi o penúltimo colocado da segunda divisão), corre o risco de ser extinto – mesmo apesar do novo e belo estádio da cidade, construído especialmente para a Copa de 2010.
Embora correndo o risco de ficar sem emprego, Jani não teme por seu futuro. Ele se apega ao seu diploma que comprova que freqüentou um curso para técnicos estrangeiros, de 5 a 26 de março de 1996, no Rio de Janeiro. Jani afirma que, com esse diploma, ele tem trabalho garantido, seja na África do Sul, seja em Zâmbia, ou em outros países africanos.
Jani é apaixonado pelo Brasil e pelo futebol brasileiro. Essa paixão é tão grande que, em 1982, durante a Copa da Espanha, seu segundo filho, nascido em 15 de junho daquele ano, recebeu o nome de “Brazil”. Esse fato foi até notícia de um jornal de seu país, cujo recorte ele guarda com carinho. Diz a notícia, publicada em 18/6/82:
“O meio-campista Jani Simulambo, estrela da Seleção de Zâmbia e um grande amante do futebol brasileiro, deu a seu segundo filho, nascido na terça-feira, o nome de Brazil, em homenagem àquele país.
Simulambo, em meio a sorrisos, disse que ele vê o Brasil como uma poderosa nação futebolística, que certamente chegará às finais da Copa do Mundo.”
Atualmente, Brazil tem 28 anos, e é zagueiro do Bay United. Com a iminente extinção de seu time, foi fazer testes visando uma transferência para o Africa Wanderers, time de Durban. Embora sempre tenha atuado na África do Sul, ele não esconde o desejo de ser convocado para defender a Seleção Nacional de Zâmbia, seu país de nascimento, e ainda sonha ser contratado por algum time europeu.
Brazil diz que gosta de seu nome, sente-se até orgulhoso por ele, e que nunca foi alvo de comentários ou brincadeiras de seus amigos – ao contrário, alguns o invejam pelo nome que tem. Seu pequeno filho, porém, nascido a 8 meses, se chama Daniel.
Victoria, a mãe de Brazil, confessa que foi surpreendida pelo desejo do marido de dar a seu segundo filho esse nome. Mas ela logo aceitou, pois, como Jani, é também grande admiradora do futebol brasileiro.
Jani já decidiu que, em 2014, estará no Brasil para acompanhar de perto a Copa do Mundo. Comovido, ele deu a seguinte resposta, quando lhe perguntei o que ele acha do Brasil:
“Brasil... Eu não gosto do Brasil, eu amo o Brasil! Todo o meu corpo – meus ouvidos, meus olhos, todas as células do meu corpo são Brasil! – meu sangue é Brasil! É isso que eu posso dizer. Esse povo é maravilhoso. Na próxima Copa do Mundo, sem nenhuma dúvida, o Brasil vai ganhar!”
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